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15/04/2011 / Campo de 11

Cerro Porteño 1 x 2 Santos – Ganso volta a dar show, e Peixe renasce na Liberta

Como começou: Cerro no 4-2-3-1; Santos no 4-3-1-2

Fazia quase um ano que Paulo Henrique Ganso não dava show. Sempre importante ao time do Santos quando entra em campo, o camisa 10 não jogava tanta bola desde a final do Paulistão 2010, contra o Santo André, no Pacaembú. Nesta quinta-feira, impulsionado pelo golaço de Danilo, o meia cerebral voltou a ser o jogador magistral do primeiro semestre de 2010 justamente no aniversário de 99 anos do clube. Não havia presente melhor do que uma vitória e a sobrevida na Libertadores.

Totalmente recuperado da lesão no joelho direito, sofrida em agosto do ano passado, Ganso sobrou na articulação do 4-3-1-2 santista frente ao Cerro Porteño. Com passes precisos, a cadência brilhante de costume e o brilho digno de craque, o meia foi o dono do jogo. Foi dele o passe para o segundo – e decisivo – gol de Maikon Leite.

Talento à parte, Ganso teve muita facilidade em jogar contra os paraguaios. Tudo porque, inteligentemente, se colocava às costas de Burgos e Villareal, os volantes do 4-2-3-1 paraguaio. E deitava e rolava. Entre chapéus e enfiadas de bola, fazia a engrenagem proposta por Muricy Ramalho funcionar. Arouca, em sua volta ao time, foi bem. O camisa 8 subia bem pela direita, e Danilo pela esquerda. Um meio de campo de muita força.

Os primeiros minutos, entretanto, foram a exceção do show de Ganso. Com Fabbro bastante participativo, foi o Cerro quem começou buscando o ataque no duelo. Senão com o argentino articulando por dentro, com boas jogadas invidividuais, pela direita, com as boas tramas de Piris e Rojas.

O jogo já estava esfriando, e melhorando para o lado dos brasileiros, quando Danilo acertou um chutaço de perna esquerda. Um golaço. Para calar qualquer torcida do mundo. E fazer qualquer time do mundo sentir e acusar o golpe. Com o Cerro, não foi diferente. E o Santos ganhou terreno e volume de jogo. Gansou, enfim, entrou em ação. E o show começou.

O primeiro grande lance veio em jogada iniciada por Arouca. Ao receber o passe dentro da área, com um toque genial, Ganso deixou Jonathan de frente para o goleiro Barreto. O lateral cruzou pra trás e, por pouco, Danilo não marcou de novo. O Santos dominava o jogo. E o Cerro não conseguia criar, jogar, muito menos marcar.

Com Maikon Leite no lugar do contundido Diogo, o Peixe passou a contar com contra-ataques muito velozes. Mas que só se tornariam mortais no segundo tempo.

Leonardo Astrada mexeu no intervalo. Trocou os dois meias abertos pelas pontas por outros dois. Apesar de Lucerno ter entrado bem no jogo, sufocando Jonathan pela esquerda, de nada adiantou. Logo aos 2, Ganso roubou bola no meio de campo e deixou Maikon na cara do gol. Dois a zero Santos.

Com a vantagem de dois gols no placar, o Santos tirou o pé. E chamou o Cerro para o seu campo. Era o cenário perfeito para Ganso brilhar. Bastavam a cadência e os contra-ataques. Não há jogador melhor para fazer essas duas coisas do que Paulo Henrique. E ele fez. Com dribles plásticos e lançamentos perfeitos. Cansou de deixar Maikon Leite em condições de marcar. E não cansou de voltar para marcar. Atuação de gala, de raça, de craque.

Nem mesmo o “novo Messi” foi capaz de parar o Santos de Ganso. Iturbe entrou na metade da segunda etapa, fez Burgos virar zagueiro, Benitez lateral e o esquema passar para um quase “suicida” 4-1-4-1. Nem mesmo a ofensividade foi capaz de reverter o quadro. O zagueiro improvisado na lateral-esquerda até marcou um gol de honra. Mas ficou nisso. O jogo acabou no show do melhor camisa 10 brasileiro da atualidade.

Com Ganso voltando a jogar o melhor que sabe – e como sabe ! -, não tem como não apontar o Santos como um dos reais candidatos ao título da Libertadores, ainda que nem mesmo a própria classificação esteja garantida. Se ainda formos levar em conta as voltas de Neymar, Elano e Zé Eduardo, a certeza só aumenta.

Como terminou

4 Comentários

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  1. Arthur Barcelos / abr 15 2011 2:41

    Muito bem analisado Lucas, parabéns pelos desenhos (sei que é difícil usar esse This11, hehe) e pelo texto muito bem explicado.

    Abraço parceiro!

  2. Igor Rufini / abr 15 2011 3:04

    Meu caro,

    me dá orgulho de escrever sobre análises táticas quando me deparo com análises como essas…
    Só tenho uma coisa a fazer em um momento como esse: lhe dar Parabéns!

    Ao mesmo tempo, tenho que ressaltar que os seus textos estão um pouco desperdiçados, parece que seu blog não tem um número de visitações proporcional à qualidade de suas análises… desculpe se eu estiver me equivocando, mas parece que falta um pouco de divulgação… e uma boa pitada de marketing ao seu blog!
    Desculpe por me intrometer… eu costumo fazer isso, pq adoro qndo isso acontece em meus blogs… Pq o blogueiro SEMPRE precisa de conselhos, sugestões e comentários… vivemos disso!

    E só estou falando isso tudo PQ SUAS ANÁLISES SÃO REALMENTE MUITO BOAS!

    Abraço e boa sorte!

    • Boleiragem Tática / abr 15 2011 3:40

      Valeu, Igor. Agradeço muito seus conselhos. De verdade. Eu não tenho tempo pra divulgar, mas faço o máximo que posso. Meu blog tem muitas visualizações, mporém poucos comentários. Enfim, assim que tiver tempo, pretendo fazeruma divulgação legal. E parabéns, também, pelo seu blog.

      Abração

  3. Bringing Back the Beautiful Game / abr 17 2011 17:08

    Para un artículo sobre Paulo Henrique Ganso y 2-1 Santos victoria sobre Cerro Porteño el 14 de abril, ver el blog

    “Trayendo de vuelta al Juego Bonito” y el artículo

    “Ganso Estrellas en la victoria 2-1 de Santos de la Copa Libertadores en Cerro Porteño”

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